


Esta coleção de trabalhos é composta de pinturas feitas sobre papel. Papeis esses das caixas de remédios que me acompanharam, me serviram e garantiram a minha autonomia.
São trabalhos que comecei a pintar em 2012.
As caixas quando expostas tomam a forma de cruz, e nesse formato, enxerguei nelas estandartes.
As figuras se tornaram emblemas e insígnias, descomprometidas com qualquer materialidade, decoram os galhardetes e prestam-se mais a dar imagem e ambiência a segredos pessoais.
Foi assim que a conexão com a doença deixou de ser o centro da história. Virou ponto de partida para investigações mais profundas.
Essas obras representam marcos de um percurso. São cruzes que fui erguendo para registrar por onde passei e garantir um caminho de volta, caso ficasse escuro demais.
Alegorias de um auto descobrimento. Em uma cartografia que delimitando fronteiras, algumas amistosas, outras hostis. Inventando rotas de fuga
e reconhecendo abrigo no vazio dentro da carne.
As pinturas relatam um emaranhado de vivências, sentimentos, traumas e afetos, originados de acontecimentos subjetivos, interiores. Um tipo de documentação do psíquico através de uma investigação com um viés psicanalítico avançando nesse espaço muito privado.
É sobre o habitante do corpo realizando o enfrentamento dos sintomas, das próprias fantasias, do medo, da culpa da sobrevivência, da expectativa. E as constantes reconfigurações.

Esta coleção de trabalhos é composta de pinturas feitas sobre papel. Papéis esses de caixas de remédios usados.
São pinturas produzidas a partir de 2012.
As caixas quando expostas tomam a forma de cruz, mas também de estandartes.
Estandartes com quatro pontas.
É nesse espaço branco, do verso, da parte de dentro das caixas, que em pintura figuras e símbolos se desvelam convidando os olhos a uma jornada em universo privado do artista. Algo como uma documentação do ambiente psíquico.
Os estandartes representam marcos de um percurso. São cruzes erguidas no registro do trajeto como símbolos de sucesso e de perigo. São cartas escritas pra si mesmo, contando detalhes e segredos pessoais. São os abrigos. São amigos.
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O Verso das caixas
vídeo





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Irremediável,
60x65cm,
Téc. mista sobre papel.
2024


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Conselhos e venenos
60x65cm,
óleo sobre papel.
2025


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Gene deletério,
60x65cm,
Téc. mista sobre papel.
2024

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Vazante,
55x31,5cm,
Téc. mista sobre papel.
2024

